METEORITOS
Meteoritos são fragmentos de corpos extraterrestres que sobrevivem a passagem atmosférica como grandes meteoros (bólidos) atingindo o solo.
Fonte: www.meteoritos.com.br (visite o site!)
PRESTE ATENÇÃO NESTE DADOS BÁSICOS:
Quanto vale um meteorito?
Meteoritos são valiosos tanto para a ciência como para colecionadores e seu valor irá depender de sua classificação, (existem pelo menos 50 tipos diferentes de meteoritos) quanto mais raro mais valioso. O Angra dos Reis, meteorito brasileiro que deu nome a um tipo de meteorito, os angritos, é um dos mais raros e valiosos do mundo.
Para um meteorito passar a existir oficialmente e ter algum valor ele tem que ser submetido ao NomCom aprovado e publicado no Meteoritical Bulletin. Isso só ocorre após ter sido estudado por um centro de pesquisa e uma amostra tipo de pelo menos 20 gramas depositada em um museu credenciado como o Museu Nacional e mais umas 30g que será utilizada para pesquisa em laboratórios.
Meteoritos não perdem o valor se forem cortados, ao contrário só possuem valor se forem estudados, mas não saia cortando sua pedra antes de entrar em contato pois poderá estar cortando um artefato indígena.
- Pedras de raio ou couriscos não são meteoritos: As pedras em formatos pontudos que segundo dizem aparece depois de um raio atingir o solo não são meteoritos e sim artefatos indígenas.
- Meteoritos não são pedras pretas: Eles são escuros apenas por fora com uma fina película chamada de crosta de fusão. Por isso é muito importante que se veja o interior da pedra.
- Meteoritos metálicos não são cor de grafite: Os meteoritos metálicos por dentro apresentam cor de aço e não cor de grafite ou avermelhados como ferrugem.
- Meteoritos são atraídos por ímãs: Praticamente quase todos meteoritos são atraídos por ímã, mas não são magnéticos. Portanto se tua pedra não for atraída por ímã a não ser que tenha sido vista cair e apresnte uma crosta de fusão não é meteorito.
- Nem toda pedra que é atraída por ímã é meteorito: Existem muitos minérios e pedras terrestres que são atraídas por ímã, um exmplo é o basalto que é uma rocha terrestre preta e pesada que é atraída por ímã. Portanto pedras pretas por dentro não são meteoritos.
- Meteoritos são pesados: Os meteoritos são em geral um pouco ou muito mais pesados que as rochas terrestres de mesmo tamanho.
- Meteoritos não são radioativos: Apesar de ficarem expostos por milhões de anos aos raios cósmicos os meteoritos não existe o perigo de serem radioativos.
- Meteoritos não são pedras bonitas:: Se voce encontrou uma pedra bonita e diferente mas que não possui um fina crosta de fusão por fora, ela provavelmente não será um meteorito
- Pedras arredondadas e polidas não são meteoritos: Os meteoritos apresentam superfície áspera e com depressões nunca lisas, redondas e polidas como pedras de rio.
- Meteoritos não são furadinhos: Apesar de apresentarem sulcos na superfície por dentro eles não são cheio de furinhos como uma esponja
Quanto vale um meteorito?
Meteoritos são valiosos tanto para a ciência como para colecionadores e seu valor irá depender de sua classificação, (existem pelo menos 50 tipos diferentes de meteoritos) quanto mais raro mais valioso. O Angra dos Reis, meteorito brasileiro que deu nome a um tipo de meteorito, os angritos, é um dos mais raros e valiosos do mundo.
Para um meteorito passar a existir oficialmente e ter algum valor ele tem que ser submetido ao NomCom aprovado e publicado no Meteoritical Bulletin. Isso só ocorre após ter sido estudado por um centro de pesquisa e uma amostra tipo de pelo menos 20 gramas depositada em um museu credenciado como o Museu Nacional e mais umas 30g que será utilizada para pesquisa em laboratórios.
Meteoritos não perdem o valor se forem cortados, ao contrário só possuem valor se forem estudados, mas não saia cortando sua pedra antes de entrar em contato pois poderá estar cortando um artefato indígena.
Classificação de Meteoritos Condritos
Fonte: www.meteorito.com.br (visite!)
Representam o tipo mais comum de meteoritos e guardam em seu interior informações que ajudam os cientistas a desvendar a formação do sistema solar. O termo “condrito” é originado de “côndrulos”, que correspondem a pequenas formações em forma de grânulos envoltos em uma matriz sólida. Esses grânulos representam a matéria primordial da nuvem de gás que originou o sistema solar com todos os planetas e o sol. O material contido nesses meteoritos é praticamente idêntico ao material encontrado no sol com exceção dos materiais leves como hidrogênio e hélio. Assim, os meteoritos condritos são de fundamental importância para a ciência, pois permite abrir uma janela ao passado de 4.5 bilhões de anos e analisar as substâncias e estruturas primitivas presentes nesse estágio de evolução do sistema solar.
A grande maioria das quedas observadas e coletadas é constituída de meteoritos condritos. Porém, em relação aos registros de meteoritos achados e cuja queda não foi presenciada, os meteoritos ferrosos ou sideritos se destacam. Isso deve ao fato de que os sideritos serem mais facilmente identificados e manterem seu aspecto exterior diferenciado por mais tempo em relação às rochas terrestres do que os condritos. Os condritos sofrem muito mais a ação do ambiente terrestre e ao longo do tempo após a sua queda tem seu aspecto externo cada vez mais desgastado e passam a serem confundidos com as rochas terrestres, dificultando o seu achado.
Além do aspecto relativo à sua conservação ao longo do tempo a estrutura dos condritos ainda oferece certa dificuldade para a busca em relação aos sideritos. Um dos principais métodos para procurar meteoritos cuja queda não foi observada é através de detectores de metais. Os meteoritos ferrosos ou sideritos apresentam uma resposta bem mais significativa a esses instrumentos do que os condritos. Apesar da constituição dos condritos não ser formada quase que integralmente de ferro como os sideritos, em seu interior ainda encontramos pequenos grãos de ferro-níquel que ficam evidentes em uma amostra de condrito cortada e polida contra a luz. Essa pequena quantidade de metal ainda é capaz de sensibilizar detectores de metais ou imas. Assim, um bom indicativo quando se esta testando uma amostra que possa ser um condrito é verificar se a mesma atrai levemente um pedaço de imã.
Juntamente com a liga ferro-níquel, os minerais Olivinas e Piroxinas são os principais constituintes dos meteoritos condritos. A pequena quantidade de ferro varia de condrito para condrito e é utilizada como um dos parâmetros para sua classificação, assim como o grau de diferenciação dos côndrulos em seu interior. Essa diferenciação se deve ao fato do material ter sofrido aquecimento em algum estagio de sua existência. Quanto maior o aquecimento, menos perceptivos e dispersos serão os côndrulos em sua matriz e vice-versa. O estudo da composição mineralógica e formação recebe o nome de análise petrográfica. A grande maioria dos meteoritos condritos é classificada por esses dois critérios: quantidade de ferro e grau de diferenciação dos côndrulos.
Condritos Ordinários (OC)
Os condritos ordinários (OC), correspondendo a cerca de 85% das quedas observadas, podem ser do tipo: H (muito ferro), L (pouco ferro) e LL (muito pouco ferro) seguidos de um índice que indica o grau de diferenciação dos côndrulos de 3 a 6. Sendo o grau 3 os que apresentam côndrulos distintos e o grau 6 praticamente imperceptíveis. A tabela abaixo indica as possíveis classificações dos condritos ordinários.
Condritos tipo H: 38% das quedas observadas são condritos do tipo H. Esse grupo apresenta entre 25 a 31% de ferro por peso do meteorito. Devido a grande quantidade de ferro, esse é o tipo que mais facilmente é atraído por imãs. Além da alta proporção de metal, esse tipo de meteorito é composto por quantidades iguais dos minerais olivinas e piroxinas.
Condritos tipo L: É o tipo mais comum de condrito representando 46% das quedas de condritos observadas. Apresentam entre 20 a 25% de ferro em sua constituição. Ao contrário dos condritos tipo H, os condritos tipo L não atraem tão fortemente os imãs.
Condritos tipo LL: É o tipo mais incomum entre os condritos ordinários com somente cerca de 8,5% das quedas observadas. Contém a menor quantidade de ferro entre 19 a 22% em seu interior.
Todos os Condritos Ordinários tem variação petrológica entre 3 e 6.
Alem dos condritos ordinários, que representam a grande maioria dos condritos, ainda encontramos alguns tipos mais raros como os Condritos E, R e Carbonáceos.
Condritos Estantitos (E)
Condritos tipo E são raros representando cerca de 2 % dos meteoritos rochosos. Foram formados em um ambiente com pouco oxigênio, uma vez que a elemento ferro se apresenta de maneira isolada como metal ou associada ao enxofre na forma do mineral troilita (FeS). O minério piroxina é constituído dos elementos (Ca, Mg, Fe)+2associados a cadeia SiO3-2 . Quando a piroxina apresenta em sua cadeia somente o elemento Mg, recebe o nome de estantita. 65% desse meteorito é formado por estantita, daí a sua classificação como Condrito E. Ainda há duas subclassificações para o condrito tipo E. Condrito tipo E com baixa (EL) e alta (EH) quantidade de ferro. Devido à ausência do elemento O, sugere-se que a formação desse tipo de meteorito ocorreu próximo ao sol em relação aos meteoritos ordinários, provavelmente dentro da órbita de mercúrio.
Condritos Rumuritos (R)
Tipo de condrito classificado mais recentemente em relação aos outros tipos. Recebe a classificação R devido ao primeiro tipo ter sido descoberto em 1934 próximo a Rumuriti, na região sudoeste de Quênia. Os condritos R são brechas (formações de fragmentos grandes e angulosos, em meio de uma cimentação composta de material mais fino) constituídas por fragmentos claros em uma matriz escura de grãos finos. Condritos R são levemente atraídos por imãs.
Condritos Carbonáceos (C)
Raro tipo de condrito composto de material orgânico e primitivo. Apesar de seu pouco apelo estético são os mais interessantes, pois apresentam dicas fundamentais para a origem da vida. Sua composição química é a mais complexa e varia enormemente em relação aos condritos ordinários. Sua estrutura interna varia desde o tipo petrológico 1 ao 6 (côndrulos altamente distintos até praticamente indistintos). A principal característica de todos os condritos carbonáceos é a presença de minerais relacionados à água que, em alguns espécimes, penetrou em seu interior logo após sua formação. Essa água reage com os minerais internos formando silicatos hidratados muito frágeis. Por isso os carbonáceos encontrados são geralmente quedas observadas e coletados logo após, pois se degeneram rapidamente em ambiente terrestre. Foram encontrados seis tipos de meteoritos carbonáceos e são designados pela letra C seguida da letra correspondente ao local onde foi encontrado o primeiro exemplar.
Carbonáceo CI: Sua designação I deriva do meteorito Ivuna encontrado em 1938 na Tanzânia. Tipo petrológico 1 (CV1). É o tipo mais frágil, pois é o que apresenta maior quantidade de água em sua constituição (20%). Quando aquecido em um recipiente fechado, forma-se vapor de água provenientes do seu interior. Nove registros de meteoritos CI estão presentes em 2009 no Meteoritical Bulletin Database.
Carbonáceo CM: Sua designação provém do meteorito Mighei, cuja queda ocorreu em 1889 na Ucrânia. Apresenta tipo petrológico 2 (CM2) e contém menos água que o tipo CI (10%) e. É o tipo mais abundante de carbonáceo encontrado com 355 registros em 2009 no Meteoritical Bulletin Database. O famoso meteorito Murchison é um exemplar conhecido de carbonáceo CM2.
Carbonáceo CV: Designação proveniente do meteorito Vigarano, cuja queda se deu na Itália em 1910. É o carbonáceo que possui maior familiaridade de constituição e estrutura em relação aos condritos ordinários. Apresentam menos água em seu interior e, desta maneira, são mais resistentes ao ambiente terrestre. Exibe classificação petrológica 3 (CV3) com côndrulos altamente definidos de 1 mm ou maior em diâmetro compostos de olivinas ricas em magnésio. A característica mais marcante dos condritos CV3 é a presença de inclusões grandes e irregulares em sua matriz cinza. Essas inclusões são denominadas CAI (Inclusões de Cálcio e Alumínio). O mais famoso exemplar desse tipo de carbonáceo é o Allende que caiu no México em 1969, espalhando cerca de 2 toneladas de material em Chihuahua.
Carbonáceo CO: Sua designação é proveniente do meteorito Ornans, que caiu na França em 1868. Possui, assim como o Carbonáceo CV, tipo petrológico 3 (CO3). Diferentemente dos carbonáceos CV3, seus condrulos são minúsculos de cerca de 0.2 mm de diâmetro visíveis somente com uma lupa de aumento e estão muito mais compactados em uma mesma área em relação ao CV3. Outra característica desse tipo é a presença de grão de Ferro-Níquel espalhados em seu interior apresentando cerca de 6% do peso do meteorito.
Carbonáceo CR: Designado pelo meteorito Renazzo, cuja queda foi observada na Itália em 1924. Inicialmente classificado como CM2 tipo II, recebeu uma nova classificação devido a descobertas de novos meteoritos na Antártica. A principal característica dos condritos CR é a presença de minerais silicatos hidratados, magnética e condrulos bem definidos. O conteúdo metálico é a sua principal característica, encontrado como finos grãos entre os côndrulos. Aproximadamente 50% do meteorito apresenta grandes côndrulos com cerca de 0,68 mm de diâmetro.
Carbonáceo CK: Meteoritos que eram anteriormente classificados como CV4-5 agora recebem a denominação CK. A única queda observada foi em 1930 em Karoonda, Austrália. A maioria dos exemplares com essa classificação foi encontrada na Antártica e somente um exemplar com grande massa encontrado em Maralinga, Austrália, no ano de 1974 está disponível para os colecionadores.
Representam o tipo mais comum de meteoritos e guardam em seu interior informações que ajudam os cientistas a desvendar a formação do sistema solar. O termo “condrito” é originado de “côndrulos”, que correspondem a pequenas formações em forma de grânulos envoltos em uma matriz sólida. Esses grânulos representam a matéria primordial da nuvem de gás que originou o sistema solar com todos os planetas e o sol. O material contido nesses meteoritos é praticamente idêntico ao material encontrado no sol com exceção dos materiais leves como hidrogênio e hélio. Assim, os meteoritos condritos são de fundamental importância para a ciência, pois permite abrir uma janela ao passado de 4.5 bilhões de anos e analisar as substâncias e estruturas primitivas presentes nesse estágio de evolução do sistema solar.
A grande maioria das quedas observadas e coletadas é constituída de meteoritos condritos. Porém, em relação aos registros de meteoritos achados e cuja queda não foi presenciada, os meteoritos ferrosos ou sideritos se destacam. Isso deve ao fato de que os sideritos serem mais facilmente identificados e manterem seu aspecto exterior diferenciado por mais tempo em relação às rochas terrestres do que os condritos. Os condritos sofrem muito mais a ação do ambiente terrestre e ao longo do tempo após a sua queda tem seu aspecto externo cada vez mais desgastado e passam a serem confundidos com as rochas terrestres, dificultando o seu achado.
Além do aspecto relativo à sua conservação ao longo do tempo a estrutura dos condritos ainda oferece certa dificuldade para a busca em relação aos sideritos. Um dos principais métodos para procurar meteoritos cuja queda não foi observada é através de detectores de metais. Os meteoritos ferrosos ou sideritos apresentam uma resposta bem mais significativa a esses instrumentos do que os condritos. Apesar da constituição dos condritos não ser formada quase que integralmente de ferro como os sideritos, em seu interior ainda encontramos pequenos grãos de ferro-níquel que ficam evidentes em uma amostra de condrito cortada e polida contra a luz. Essa pequena quantidade de metal ainda é capaz de sensibilizar detectores de metais ou imas. Assim, um bom indicativo quando se esta testando uma amostra que possa ser um condrito é verificar se a mesma atrai levemente um pedaço de imã.
Juntamente com a liga ferro-níquel, os minerais Olivinas e Piroxinas são os principais constituintes dos meteoritos condritos. A pequena quantidade de ferro varia de condrito para condrito e é utilizada como um dos parâmetros para sua classificação, assim como o grau de diferenciação dos côndrulos em seu interior. Essa diferenciação se deve ao fato do material ter sofrido aquecimento em algum estagio de sua existência. Quanto maior o aquecimento, menos perceptivos e dispersos serão os côndrulos em sua matriz e vice-versa. O estudo da composição mineralógica e formação recebe o nome de análise petrográfica. A grande maioria dos meteoritos condritos é classificada por esses dois critérios: quantidade de ferro e grau de diferenciação dos côndrulos.
Condritos Ordinários (OC)
Os condritos ordinários (OC), correspondendo a cerca de 85% das quedas observadas, podem ser do tipo: H (muito ferro), L (pouco ferro) e LL (muito pouco ferro) seguidos de um índice que indica o grau de diferenciação dos côndrulos de 3 a 6. Sendo o grau 3 os que apresentam côndrulos distintos e o grau 6 praticamente imperceptíveis. A tabela abaixo indica as possíveis classificações dos condritos ordinários.
Condritos tipo H: 38% das quedas observadas são condritos do tipo H. Esse grupo apresenta entre 25 a 31% de ferro por peso do meteorito. Devido a grande quantidade de ferro, esse é o tipo que mais facilmente é atraído por imãs. Além da alta proporção de metal, esse tipo de meteorito é composto por quantidades iguais dos minerais olivinas e piroxinas.
Condritos tipo L: É o tipo mais comum de condrito representando 46% das quedas de condritos observadas. Apresentam entre 20 a 25% de ferro em sua constituição. Ao contrário dos condritos tipo H, os condritos tipo L não atraem tão fortemente os imãs.
Condritos tipo LL: É o tipo mais incomum entre os condritos ordinários com somente cerca de 8,5% das quedas observadas. Contém a menor quantidade de ferro entre 19 a 22% em seu interior.
Todos os Condritos Ordinários tem variação petrológica entre 3 e 6.
Alem dos condritos ordinários, que representam a grande maioria dos condritos, ainda encontramos alguns tipos mais raros como os Condritos E, R e Carbonáceos.
Condritos Estantitos (E)
Condritos tipo E são raros representando cerca de 2 % dos meteoritos rochosos. Foram formados em um ambiente com pouco oxigênio, uma vez que a elemento ferro se apresenta de maneira isolada como metal ou associada ao enxofre na forma do mineral troilita (FeS). O minério piroxina é constituído dos elementos (Ca, Mg, Fe)+2associados a cadeia SiO3-2 . Quando a piroxina apresenta em sua cadeia somente o elemento Mg, recebe o nome de estantita. 65% desse meteorito é formado por estantita, daí a sua classificação como Condrito E. Ainda há duas subclassificações para o condrito tipo E. Condrito tipo E com baixa (EL) e alta (EH) quantidade de ferro. Devido à ausência do elemento O, sugere-se que a formação desse tipo de meteorito ocorreu próximo ao sol em relação aos meteoritos ordinários, provavelmente dentro da órbita de mercúrio.
Condritos Rumuritos (R)
Tipo de condrito classificado mais recentemente em relação aos outros tipos. Recebe a classificação R devido ao primeiro tipo ter sido descoberto em 1934 próximo a Rumuriti, na região sudoeste de Quênia. Os condritos R são brechas (formações de fragmentos grandes e angulosos, em meio de uma cimentação composta de material mais fino) constituídas por fragmentos claros em uma matriz escura de grãos finos. Condritos R são levemente atraídos por imãs.
Condritos Carbonáceos (C)
Raro tipo de condrito composto de material orgânico e primitivo. Apesar de seu pouco apelo estético são os mais interessantes, pois apresentam dicas fundamentais para a origem da vida. Sua composição química é a mais complexa e varia enormemente em relação aos condritos ordinários. Sua estrutura interna varia desde o tipo petrológico 1 ao 6 (côndrulos altamente distintos até praticamente indistintos). A principal característica de todos os condritos carbonáceos é a presença de minerais relacionados à água que, em alguns espécimes, penetrou em seu interior logo após sua formação. Essa água reage com os minerais internos formando silicatos hidratados muito frágeis. Por isso os carbonáceos encontrados são geralmente quedas observadas e coletados logo após, pois se degeneram rapidamente em ambiente terrestre. Foram encontrados seis tipos de meteoritos carbonáceos e são designados pela letra C seguida da letra correspondente ao local onde foi encontrado o primeiro exemplar.
Carbonáceo CI: Sua designação I deriva do meteorito Ivuna encontrado em 1938 na Tanzânia. Tipo petrológico 1 (CV1). É o tipo mais frágil, pois é o que apresenta maior quantidade de água em sua constituição (20%). Quando aquecido em um recipiente fechado, forma-se vapor de água provenientes do seu interior. Nove registros de meteoritos CI estão presentes em 2009 no Meteoritical Bulletin Database.
Carbonáceo CM: Sua designação provém do meteorito Mighei, cuja queda ocorreu em 1889 na Ucrânia. Apresenta tipo petrológico 2 (CM2) e contém menos água que o tipo CI (10%) e. É o tipo mais abundante de carbonáceo encontrado com 355 registros em 2009 no Meteoritical Bulletin Database. O famoso meteorito Murchison é um exemplar conhecido de carbonáceo CM2.
Carbonáceo CV: Designação proveniente do meteorito Vigarano, cuja queda se deu na Itália em 1910. É o carbonáceo que possui maior familiaridade de constituição e estrutura em relação aos condritos ordinários. Apresentam menos água em seu interior e, desta maneira, são mais resistentes ao ambiente terrestre. Exibe classificação petrológica 3 (CV3) com côndrulos altamente definidos de 1 mm ou maior em diâmetro compostos de olivinas ricas em magnésio. A característica mais marcante dos condritos CV3 é a presença de inclusões grandes e irregulares em sua matriz cinza. Essas inclusões são denominadas CAI (Inclusões de Cálcio e Alumínio). O mais famoso exemplar desse tipo de carbonáceo é o Allende que caiu no México em 1969, espalhando cerca de 2 toneladas de material em Chihuahua.
Carbonáceo CO: Sua designação é proveniente do meteorito Ornans, que caiu na França em 1868. Possui, assim como o Carbonáceo CV, tipo petrológico 3 (CO3). Diferentemente dos carbonáceos CV3, seus condrulos são minúsculos de cerca de 0.2 mm de diâmetro visíveis somente com uma lupa de aumento e estão muito mais compactados em uma mesma área em relação ao CV3. Outra característica desse tipo é a presença de grão de Ferro-Níquel espalhados em seu interior apresentando cerca de 6% do peso do meteorito.
Carbonáceo CR: Designado pelo meteorito Renazzo, cuja queda foi observada na Itália em 1924. Inicialmente classificado como CM2 tipo II, recebeu uma nova classificação devido a descobertas de novos meteoritos na Antártica. A principal característica dos condritos CR é a presença de minerais silicatos hidratados, magnética e condrulos bem definidos. O conteúdo metálico é a sua principal característica, encontrado como finos grãos entre os côndrulos. Aproximadamente 50% do meteorito apresenta grandes côndrulos com cerca de 0,68 mm de diâmetro.
Carbonáceo CK: Meteoritos que eram anteriormente classificados como CV4-5 agora recebem a denominação CK. A única queda observada foi em 1930 em Karoonda, Austrália. A maioria dos exemplares com essa classificação foi encontrada na Antártica e somente um exemplar com grande massa encontrado em Maralinga, Austrália, no ano de 1974 está disponível para os colecionadores.
Trajetória provável do Meteorito de Varre-Sai.
O Meteorito de Varre-Sai, caiu na divisa entre os Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, às 17h40min da tarde, do dia 19 de junho de 2010.
O meteorito condrítico ordinário L5(S5) de queda em Guaçuí, ES-Brasil
Rem: Revista Escola de Minas
version ISSN 0370-4467Rem: Rev. Esc. Minas vol.64 no.1 Ouro Preto Jan./Mar. 2011doi: 10.1590/S0370-44672011000100004 Geociências - Geosciences
O meteorito condrítico ordinário L5(S5) de queda em Guaçuí, ES-Brasil
The L5(S5) ordinary chondritic meteorite from Guaçuí, ES-Brazil
Alexandre de Oliveira ChavesI; Caio Vinícius Gabrig Turbay RangelII; Geraldo Norberto Chaves SgarbiIII; Antonio Wilson RomanoIII; Luís Rodrigues Armôa GarciaIV
IInstituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC-UFMG) E-mail: [email protected]; [email protected];[email protected]
IICentro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES) E-mail: [email protected]
IVLaboratório de Microanálises do Consórcio IGC-FÍSICA-QUÍMICA/UFMG e CDTN/CNEN E-mail:[email protected]
RESUMO
Após 19 anos desde o registro da última queda de meteorito no Brasil, uma nova queda foi registrada em Guaçuí-ES em junho de 2010. As características químicas, mineralógicas e texturais apresentadas pelo recém descoberto meteorito de Guaçuí permitem classificá-lo como um condrito ordinário do tipo L5(S5).
Palavras-chave: Meteorito, condrito, Guaçuí.
ABSTRACT
After 19 years, a new meteorite fall has been recorded in Brazil. Chemical, mineralogical and textural record of the meteorite fallen in Guaçuí-ES in June 2010 allows to classify it as an L5(S5) ordinary chondrite.
Keywords: Meteorite, chondrite, Guaçuí.
Introdução
Aproximadamente às 17h40min da tarde, do dia 19 de junho de 2010, diversas pessoas testemunharam um rastro de fumaça que cortava o céu na porção sul do Estado do Espírito Santo, que posteriormente se desdobrou na explosão de uma bola de fogo laranja. No mesmo dia foi descoberto um pedaço de um meteorito, com aproximadamente 600 gramas e 12 centímetros na sua maior dimensão (Figura 1), por um agricultor do município de Varre-Sai, Estado do Rio de Janeiro, que faz limite com o Estado do Espírito Santo por meio do Rio Itabapoana. Segundo a prefeitura da cidade, Germano Oliveira, 62 anos, escutou um barulho dentro de sua propriedade rural e, em seguida, descobriu o que achava ser apenas uma pedra.
Figura 2
Uma semana depois, a poucos quilômetros da primeira descoberta, o agricultor Antônio Jevu Sobrinho encontrou outro pedaço, agora do outro lado da margem do Rio Itabapoana, no município de Guaçuí - Espírito Santo (coordenadas UTM 0215324, 7691847; fuso 24K; Datum: WGS84). Este pedaço, juntamente com o primeiro caído em terras fluminenses, certamente derivou da desintegração do bólido maior que explodiu como bola de fogo em 19/06/2010. Contatados por funcionários da prefeitura de Guaçuí-ES, os autores foram ao local e conseguiram a guarda provisória do meteorito (Figura 2) para análises. A localização do ponto de queda de ambos os fragmentos encontra-se na Figura 3.
Até a data deste manuscrito, foram noticiadas pela imprensa as descobertas de três fragmentos, o terceiro também no município de Varre-Sai (RJ). Sabe-se que o primeiro fragmento fluminense encontrado continua em posse do responsável pela descoberta e que o outro fragmento fluminense foi adquirido por estrangeiros no local por uma quantia irrisória. Após ser amostrado, o fragmento de Guaçuí-ES foi devolvido ao senhor Antônio Sobrinho pelos autores e adquirido um dia depois no local por pesquisadores do Museu Nacional-RJ. Não há registros desse tipo de queda de meteorito há quase duas décadas no Brasil. O último meteorito de queda registrada no país foi encontrado em Campos Sales, no Ceará, há 19 anos.
O objetivo do presente artigo é descrever e classificar o primeiro meteorito encontrado em terras do Estado do Espírito Santo, apresentado na Figura 2, com base nos estudos petrográficos macro e microscópicos dos elementos texturais e mineralógicos, apoiados pela química mineral.
Até a data deste manuscrito, foram noticiadas pela imprensa as descobertas de três fragmentos, o terceiro também no município de Varre-Sai (RJ). Sabe-se que o primeiro fragmento fluminense encontrado continua em posse do responsável pela descoberta e que o outro fragmento fluminense foi adquirido por estrangeiros no local por uma quantia irrisória. Após ser amostrado, o fragmento de Guaçuí-ES foi devolvido ao senhor Antônio Sobrinho pelos autores e adquirido um dia depois no local por pesquisadores do Museu Nacional-RJ. Não há registros desse tipo de queda de meteorito há quase duas décadas no Brasil. O último meteorito de queda registrada no país foi encontrado em Campos Sales, no Ceará, há 19 anos.
O objetivo do presente artigo é descrever e classificar o primeiro meteorito encontrado em terras do Estado do Espírito Santo, apresentado na Figura 2, com base nos estudos petrográficos macro e microscópicos dos elementos texturais e mineralógicos, apoiados pela química mineral.
Metodologia
Para os estudos de petrografia macroscópica, a amostra do meteorito foi devidamente serrada com uma serra diamantada. Foi preparada uma lâmina delgada polida de uma seção representativa do material, a qual foi utilizada nos estudos micropetrográficos, suportados por um microscópio polarizador Leica DMR-XP de luz transmitida e refletida, com câmara fotográfica digital acoplada para a obtenção de fotomicrografias. Para efeito de comparação, as fotomicrografias do livro de Lauretta & Killgore (2005) foram consultadas.
O material do meteorito da mesma lâmina foi investigado por meio da microssonda eletrônica JXA-Jeol-8900 RL WD/ED, instalada no Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para determinações das composições químicas das fases minerais presentes. Os padrões utilizados para as microanálises dos minerais opacos foram Pirita (S), Fe-metal (Fe) e Ni-metal (Ni) e Cr2O3 (Cr) e para os demais minerais silicáticos foram Jadeíta (Na), Microclina (K), Rodonita (Mn), MgO (Mg), Andradita (Ca), Magnetita (Fe), Al2O3 (Al), Rutilo (Ti), Ni-metal (Ni) e Quartzo (Si).
Características gerais e petrografia macroscópica
O meteorito é formado por material rochoso, em sua maioria constituído por minerais silicáticos, pesando aproximadamente 260 gramas e com peso específico 3,3 (mensurado em balança do tipo Jolly), em meio do qual se encontram dispersos pequenos nódulos com brilho metálico, que confere ao conjunto uma leve susceptibilidade magnética (atração com um simples imã de mão).
Possui forma retangular, com quinas em ângulos retos e crosta de fusão preta, com espessura aproximada de 0,5 mm. Da mesma forma que no meteorito de Varre-Sai, regmaglitos podem ser vistos na sua superfície, com diâmetros de aproximadamente 1 cm e profundidade média de 2 a 4 mm (Figura 2).
A rocha possui coloração acinzentada, com nódulos metálicos milimétricos a submilimétricos, pequenos e raros glóbulos afaníticos com formas ovaladas e esféricas de coloração cinza esverdeada e dimensões de 1 a 5 mm, além de concreções félsicas afaníticas de 1 a 2 mm com formatos irregulares, todos dispersos em matriz afanítica cinza esverdeada (Figura 4).
Os nódulos metálicos normalmente apresentam bordas com alteração na forma de um material alaranjado. Fato que se destaca é que alguns nódulos iridescentes maiores aparecem preenchendo fraturas que vão de uma superfície a outra do espécime, com espessuras que variam de 0,2 a 0,5 mm. Esta feição corresponde à típica deposição de opacos durante eventos de impacto ("shock") responsáveis pelo fraturamento do material.
Os glóbulos esverdeados, reconhecidamente côndrulos, apresentam-se pouco distintos da matriz (em raros casos, com borda bem delimitada - porção superior direita da Figura 4), o que permite inferir recristalização de praticamente todo o material rochoso.
Petrografia microscópica e química geral
Sob luz transmitida ao microscópio polarizador, foi verificado que a mineralogia silicatada do meteorito de Guaçuí-ES é composta essencialmente por olivina (com extinção ondulante) e ortopiroxênio (extinção reta), com plagioclásio (às vezes com típica macla polissintética) e clinopiroxênio subordinados. As composições desses silicatos podem ser verificadas na Tabela 1, cujos dados apontam para olivina (solução sólida rica em magnésio), enstatita com Fe (bronzita), oligoclásio e augita-(Cr).
Microscopicamente, a textura principal é inequigranular hipidiomórfica, salientando-se que a intensa recristalização do material rochoso inferida pelo aspecto difuso e obliterado dos côndrulos a olhonú pôde ser confirmada na investigação da lâmina delgada. Essa recristalização desfigura o aspecto ígneo original do meteorito em sua quase totalidade. Como se percebe na Figura 5, praticamente toda a matriz mostra-se recristalizada, com minerais apresentando junções tríplices com ângulos de 120º.
Com relação aos opacos, sob luz refletida, foram prontamente distinguidas pelo menos três fases minerais principais distintas (Figura 6), cada uma com uma reflectância característica. Os sulfetos, com reflectância em tons de bronze, correspondem a 50% dos opacos. As ligas metálicas, as quais refletem tons de branco brilhante, perfazem 40% e os óxidos, em tons de cinza, representam cerca de 10% dos opacos. As composições destes opacos podem ser verificadas na Tabela 2, cujos dados apontam para sulfeto de ferro (troilita-FeS), ligas Fe-Ni [kamacita (predominante)-taenita-tetrataenita] e óxido (cromita). A Figura 7 apresenta kamacita e taenita associadas, distinguidas com o auxílio de imagens de elétrons retro-espalhados.
O material do meteorito da mesma lâmina foi investigado por meio da microssonda eletrônica JXA-Jeol-8900 RL WD/ED, instalada no Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para determinações das composições químicas das fases minerais presentes. Os padrões utilizados para as microanálises dos minerais opacos foram Pirita (S), Fe-metal (Fe) e Ni-metal (Ni) e Cr2O3 (Cr) e para os demais minerais silicáticos foram Jadeíta (Na), Microclina (K), Rodonita (Mn), MgO (Mg), Andradita (Ca), Magnetita (Fe), Al2O3 (Al), Rutilo (Ti), Ni-metal (Ni) e Quartzo (Si).
Características gerais e petrografia macroscópica
O meteorito é formado por material rochoso, em sua maioria constituído por minerais silicáticos, pesando aproximadamente 260 gramas e com peso específico 3,3 (mensurado em balança do tipo Jolly), em meio do qual se encontram dispersos pequenos nódulos com brilho metálico, que confere ao conjunto uma leve susceptibilidade magnética (atração com um simples imã de mão).
Possui forma retangular, com quinas em ângulos retos e crosta de fusão preta, com espessura aproximada de 0,5 mm. Da mesma forma que no meteorito de Varre-Sai, regmaglitos podem ser vistos na sua superfície, com diâmetros de aproximadamente 1 cm e profundidade média de 2 a 4 mm (Figura 2).
A rocha possui coloração acinzentada, com nódulos metálicos milimétricos a submilimétricos, pequenos e raros glóbulos afaníticos com formas ovaladas e esféricas de coloração cinza esverdeada e dimensões de 1 a 5 mm, além de concreções félsicas afaníticas de 1 a 2 mm com formatos irregulares, todos dispersos em matriz afanítica cinza esverdeada (Figura 4).
Os nódulos metálicos normalmente apresentam bordas com alteração na forma de um material alaranjado. Fato que se destaca é que alguns nódulos iridescentes maiores aparecem preenchendo fraturas que vão de uma superfície a outra do espécime, com espessuras que variam de 0,2 a 0,5 mm. Esta feição corresponde à típica deposição de opacos durante eventos de impacto ("shock") responsáveis pelo fraturamento do material.
Os glóbulos esverdeados, reconhecidamente côndrulos, apresentam-se pouco distintos da matriz (em raros casos, com borda bem delimitada - porção superior direita da Figura 4), o que permite inferir recristalização de praticamente todo o material rochoso.
Petrografia microscópica e química geral
Sob luz transmitida ao microscópio polarizador, foi verificado que a mineralogia silicatada do meteorito de Guaçuí-ES é composta essencialmente por olivina (com extinção ondulante) e ortopiroxênio (extinção reta), com plagioclásio (às vezes com típica macla polissintética) e clinopiroxênio subordinados. As composições desses silicatos podem ser verificadas na Tabela 1, cujos dados apontam para olivina (solução sólida rica em magnésio), enstatita com Fe (bronzita), oligoclásio e augita-(Cr).
Microscopicamente, a textura principal é inequigranular hipidiomórfica, salientando-se que a intensa recristalização do material rochoso inferida pelo aspecto difuso e obliterado dos côndrulos a olhonú pôde ser confirmada na investigação da lâmina delgada. Essa recristalização desfigura o aspecto ígneo original do meteorito em sua quase totalidade. Como se percebe na Figura 5, praticamente toda a matriz mostra-se recristalizada, com minerais apresentando junções tríplices com ângulos de 120º.
Com relação aos opacos, sob luz refletida, foram prontamente distinguidas pelo menos três fases minerais principais distintas (Figura 6), cada uma com uma reflectância característica. Os sulfetos, com reflectância em tons de bronze, correspondem a 50% dos opacos. As ligas metálicas, as quais refletem tons de branco brilhante, perfazem 40% e os óxidos, em tons de cinza, representam cerca de 10% dos opacos. As composições destes opacos podem ser verificadas na Tabela 2, cujos dados apontam para sulfeto de ferro (troilita-FeS), ligas Fe-Ni [kamacita (predominante)-taenita-tetrataenita] e óxido (cromita). A Figura 7 apresenta kamacita e taenita associadas, distinguidas com o auxílio de imagens de elétrons retro-espalhados.
Em termos petrográficos, cabe destacar as informações sobre a análise modal mineralógica, realizada em dez diferentes porções do meteorito montado na lâmina delgada. Essa análise modal foi obtida com o auxílio da microssonda eletrônica, através do software MAP ANALYSIS PROGRAM (JEOL, 2002), o qual realiza a análise percentual dos tons de cinza e branco das imagens de elétrons retroespalhados em uma determinada superfície. Ao analisar as diferentes tonalidades das diferentes fases minerais, a média dos resultados obtidos para as diferentes áreas investigadas apontou para 38% de olivina, 31% de ortopiroxênio, 18% de plagioclásio, 2% de clinopiroxênio e 11% de opacos.
Em uma porção isenta de recristalização foi possível perceber a textura ígnea poiquilítica, na qual cristais arredondados de olivina são englobados por um cristal maior de ortopiroxênio (Figura 8). Essa feição aponta para o fato de que a olivina é de cristalização precoce em relação ao ortopiroxênio. Aparentemente, ambos os minerais cristalizaram-se anteriormente ao clinopiroxênio e plagioclásio, haja vista que estes últimos mostram-se, em sua maioria, dispersos nos interstícios dos cristais de olivina e ortopiroxênio.
Em uma porção isenta de recristalização foi possível perceber a textura ígnea poiquilítica, na qual cristais arredondados de olivina são englobados por um cristal maior de ortopiroxênio (Figura 8). Essa feição aponta para o fato de que a olivina é de cristalização precoce em relação ao ortopiroxênio. Aparentemente, ambos os minerais cristalizaram-se anteriormente ao clinopiroxênio e plagioclásio, haja vista que estes últimos mostram-se, em sua maioria, dispersos nos interstícios dos cristais de olivina e ortopiroxênio.
Figura 8
Raros côndrulos preservados puderam ser identificados em meio ao material recristalizado do meteorito (Figura 9). Eles são essencialmente constituídos por microcristais de enstatita com Fe (bronzita) e oligoclásio, com augita-(Cr) e opacos (troilita, liga Fe-Ni e cromita) subordinados. A maioria dos côndrulos mostra-se em aspecto difuso na massa recristalizada, com bordas já quase irreconhecíveis em escala microscópica.
Figura 9
O oligoclásio, constituinte de mais baixo ponto de fusão dentre os silicatos do meteorito, aparentemente passou por processos de fusão incipiente durante o evento de metamorfismo responsável pela recristalização dos minerais do meteorito. Esse fato pode ser verificado na Figura 10, na qual o plagioclásio aparece como uma massa de cristais poligonalizados e parcialmente isotropizados (maskelynita), com contornos que lembram uma fusão, guardando vestígios de inclusões fundidas (melt inclusions) em tons de marrom escuro e fragmentos arredondados não fundidos de outros silicatos de alto ponto de fusão como a olivina. Estas feições de fusão do plagioclásio, em associação à existência de fraturas com deposição de metal/troilita facilmente perceptíveis macroscopicamente (Figura 4), permitem inserir o meteorito de Guaçuí na classe S5 de Stöffler et al. (1991), ou seja, um meteorito que sofreu forte influência por impacto ("shock").
Os dados das microanálises dos minerais do meteorito de Guaçuí (Tabelas 1 e 2) associados à análise mineralógica modal mostram que ele apresenta quantidades significativas de FeO coexistindo com quantidades significativas de ferro metálico livre. Este fato posiciona o meteorito de Guaçuí no grupo dos condritos ordinários. Lançado no diagrama de Urey & Craig (1953), o meteorito de Guaçuí fica posicionado próximo ao campo dos condritos ordinários de baixo Fe, ou seja, condritos ordinários tipo L (Figura 11).
No diagrama da variação do conteúdo de FeO em olivina e piroxênio coexistentes em condritos (Figura 12), o meteorito de Guaçuí situa-se novamente no campo dos condritos ordinários mais comuns, ou seja, aqueles do tipo L. Segundo Lewis (2004), a abundancia de metal livre decresce nos condritos ordinários do tipo H até o tipo LL e a razão dos cátions divalentes (Mg2+, Fe2+ e Ca2+) em relação ao silício aumenta substancialmente nesta série em função da oxidação do Fe. Portanto, a abundância da olivina nesta série aumenta na sequencia H para L e depois para LL. A importância do piroxênio vai diminuindo à medida que o teor de olivina aumenta. O condrito ordinário tipo L de Guaçuí apresenta alta razão dos cátions Fe, Mg e Ca em relação à sílica e, por isso, apresenta predominânica de olivina sobre o piroxênio, do mesmo modo que seu teor em metal livre é relativamente reduzido por apresentar-se parcialmente oxidado comparativamente a um condrito ordinário tipo H.
Discussões e Conclusões
O entendimento sobre a classificação correta dos meteoritos condríticos e acondríticos encontra-se atualmente em construção. Acondritos são meteoritos rochosos formados pela fusão do corpo parental. Eles testemunham processos de diferenciação interna do corpo parental e perderam boa parte do seu conteúdo metálico original. Há diferentes categorias de acondritos (condritos fundidos, rochas ígneas basálticas e brechas regolíticas planetárias), os quais diferem dos condritos primeiramente pela ausência de côndrulos - gotas esféricas de material parcialmente fundido - que representam a principal característica dos condritos.
Na prática, os condritos são amostras primitivas e substancialmente não fundidas de sólidos da antiga nébula do sistema solar que não sofreram separações de fases dirigidas pela diferença de densidade (diferenciação geoquímica). Nos condritos, os côndrulos tendem a se destacar texturalmente no material do meteorito. Porém, como em toda regra há exceção, são conhecidos raros condritos com quase ausência de côndrulos (p.ex. NWA1321-EL6), e contrariamente, existem raros acondritos primitivos que possuem alguns condritos em sua estrutura (p.ex. acapulcoitos). Essas exceções marcam a transição entre as duas classes. Tal transição, mostrada em pontilhado na Figura 13, ainda não é totalmente compreendida (Grady, 2000).
Pelo fato do meteorito de Guaçuí não ter atingido o grau petrológico 6 de metamorfismo (Van Schmus & Wood, 1967), o qual seria marcado pelo aparecimento de grandes cristais secundários de feldspato e a quase completa desfiguração dos côndrulos, ele não estaria inserido nos limites da transição entre condritos e acondritos, o que adicionalmente descartaria a tentativa de classificá-lo como acondrito.
Tendo em vista as feições químicas, mineralógicas e texturais apresentadas para o condrito ordinário de Guaçuí, ele pode ser classificado no grau petrológico 5 de Van Schmus & Wood (1967). Essa classificação se deve ao fato de que o piroxênio de baixo Ca é ortorrômbico e está uniformemente distribuído com a olivina (esta última com extinção ondulante), as bordas dos raros côndrulos são difusas mas permitem a distinção dos mesmos e a matriz encontra-se amplamente recristalizada. Em termos gerais, o meteorito de Guaçuí seria, portanto, um condrito ordinário do tipo L5(S5).
Agradecimentos
Sr. Antônio Jevu Sobrinho, pelo fornecimento do material condrítico para esse estudo classificatório.
Referências bibliográficas
GRADY M.M. Catalogue of meteorites. 5th edition. Cambridge University Press. United Kingdom. 2000, 696 p. [ Links ]
JEOL - XM-17330/27330 Map analysis program. Instruction Manual. Japan. 2002. 72p. [ Links ]
LAURETTA D.S., KILLGORE M. A color atlas of meteorites in thin section. Golden Retriever Publications. South Korea, 2005. 301 p. [ Links ]
LEWIS J.S. Physics and chemistry of the Solar System. (2. ed.). Elsevier Academic Press. USA. 2004, 643p. [ Links ]
STÖFFLER D., KEIL K., SCOTT E.R.D. Shock metamorphism of ordinary chondrites. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 55, p. 3845-3867, 1991. [ Links ]
UREY H.C., CRAIG H. The composition of the stone meteorites and the origin of the meteorites. Geochimica et Cosmochimica Acta 4: 36-xx. 1953. [ Links ]
VAN SCHMUS W.R., WOOD J.A. A chemical-petrologic classification for the chondritic meteorites. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 31, p. 747-765, 1967. [ Links ]
Artigo recebido em 29 de setembro de 2010.
Aprovado em 17 de novembro de 2010.
Os dados das microanálises dos minerais do meteorito de Guaçuí (Tabelas 1 e 2) associados à análise mineralógica modal mostram que ele apresenta quantidades significativas de FeO coexistindo com quantidades significativas de ferro metálico livre. Este fato posiciona o meteorito de Guaçuí no grupo dos condritos ordinários. Lançado no diagrama de Urey & Craig (1953), o meteorito de Guaçuí fica posicionado próximo ao campo dos condritos ordinários de baixo Fe, ou seja, condritos ordinários tipo L (Figura 11).
No diagrama da variação do conteúdo de FeO em olivina e piroxênio coexistentes em condritos (Figura 12), o meteorito de Guaçuí situa-se novamente no campo dos condritos ordinários mais comuns, ou seja, aqueles do tipo L. Segundo Lewis (2004), a abundancia de metal livre decresce nos condritos ordinários do tipo H até o tipo LL e a razão dos cátions divalentes (Mg2+, Fe2+ e Ca2+) em relação ao silício aumenta substancialmente nesta série em função da oxidação do Fe. Portanto, a abundância da olivina nesta série aumenta na sequencia H para L e depois para LL. A importância do piroxênio vai diminuindo à medida que o teor de olivina aumenta. O condrito ordinário tipo L de Guaçuí apresenta alta razão dos cátions Fe, Mg e Ca em relação à sílica e, por isso, apresenta predominânica de olivina sobre o piroxênio, do mesmo modo que seu teor em metal livre é relativamente reduzido por apresentar-se parcialmente oxidado comparativamente a um condrito ordinário tipo H.
Discussões e Conclusões
O entendimento sobre a classificação correta dos meteoritos condríticos e acondríticos encontra-se atualmente em construção. Acondritos são meteoritos rochosos formados pela fusão do corpo parental. Eles testemunham processos de diferenciação interna do corpo parental e perderam boa parte do seu conteúdo metálico original. Há diferentes categorias de acondritos (condritos fundidos, rochas ígneas basálticas e brechas regolíticas planetárias), os quais diferem dos condritos primeiramente pela ausência de côndrulos - gotas esféricas de material parcialmente fundido - que representam a principal característica dos condritos.
Na prática, os condritos são amostras primitivas e substancialmente não fundidas de sólidos da antiga nébula do sistema solar que não sofreram separações de fases dirigidas pela diferença de densidade (diferenciação geoquímica). Nos condritos, os côndrulos tendem a se destacar texturalmente no material do meteorito. Porém, como em toda regra há exceção, são conhecidos raros condritos com quase ausência de côndrulos (p.ex. NWA1321-EL6), e contrariamente, existem raros acondritos primitivos que possuem alguns condritos em sua estrutura (p.ex. acapulcoitos). Essas exceções marcam a transição entre as duas classes. Tal transição, mostrada em pontilhado na Figura 13, ainda não é totalmente compreendida (Grady, 2000).
Pelo fato do meteorito de Guaçuí não ter atingido o grau petrológico 6 de metamorfismo (Van Schmus & Wood, 1967), o qual seria marcado pelo aparecimento de grandes cristais secundários de feldspato e a quase completa desfiguração dos côndrulos, ele não estaria inserido nos limites da transição entre condritos e acondritos, o que adicionalmente descartaria a tentativa de classificá-lo como acondrito.
Tendo em vista as feições químicas, mineralógicas e texturais apresentadas para o condrito ordinário de Guaçuí, ele pode ser classificado no grau petrológico 5 de Van Schmus & Wood (1967). Essa classificação se deve ao fato de que o piroxênio de baixo Ca é ortorrômbico e está uniformemente distribuído com a olivina (esta última com extinção ondulante), as bordas dos raros côndrulos são difusas mas permitem a distinção dos mesmos e a matriz encontra-se amplamente recristalizada. Em termos gerais, o meteorito de Guaçuí seria, portanto, um condrito ordinário do tipo L5(S5).
Agradecimentos
Sr. Antônio Jevu Sobrinho, pelo fornecimento do material condrítico para esse estudo classificatório.
Referências bibliográficas
GRADY M.M. Catalogue of meteorites. 5th edition. Cambridge University Press. United Kingdom. 2000, 696 p. [ Links ]
JEOL - XM-17330/27330 Map analysis program. Instruction Manual. Japan. 2002. 72p. [ Links ]
LAURETTA D.S., KILLGORE M. A color atlas of meteorites in thin section. Golden Retriever Publications. South Korea, 2005. 301 p. [ Links ]
LEWIS J.S. Physics and chemistry of the Solar System. (2. ed.). Elsevier Academic Press. USA. 2004, 643p. [ Links ]
STÖFFLER D., KEIL K., SCOTT E.R.D. Shock metamorphism of ordinary chondrites. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 55, p. 3845-3867, 1991. [ Links ]
UREY H.C., CRAIG H. The composition of the stone meteorites and the origin of the meteorites. Geochimica et Cosmochimica Acta 4: 36-xx. 1953. [ Links ]
VAN SCHMUS W.R., WOOD J.A. A chemical-petrologic classification for the chondritic meteorites. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 31, p. 747-765, 1967. [ Links ]
Artigo recebido em 29 de setembro de 2010.
Aprovado em 17 de novembro de 2010.
Texto do Astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão.
Publicado no Jornal do Commercio, Caderno Atualidades, 2 e 3 de março de 1997
Além da raridade, a forma de um meteorito pode afetar o seu preço. Existem várias modalidades de amostra: completas, parciais, fragmentos e pequenas fatias (sices - vocábulo inglês usado nos catálogos de venda de meteoritos). Uma amostra completa é um meteorito que permaneceu como foi encontrado. Ele pode apresentar uma extensa área da crosta de fusão primária, parte da crosta de fusão secundária e linhas de ablação. Sua forma aerodinâmica resulta da ablação que sofreu ao atravessar a atmosfera. Os meteoritos completos são os mais desejados embora sejam os mais difíceis de encontrar.
Amostra parcial é uma porção significativa de um meteorito; em geral, tem uma superfície cortada e polida, ou superficie quebrada que pode ou não apresentar uma crosta de fusão secundária. Os fragmentos são peças de um meteorito que foram expelidas violentamente da massa principal, durante sua passagem pela atmosfera, em virtude da diferença de temperatura entre a superfície incandescente e o zero absoluto reinante em seu interior. Se o meteorito rompe antes de concluir sua travessia pela atmosfera existe um tempo para que uma crosta secundária de fusão se forme dando origem a uma nova amostra completa. Os fragmentos podem também resultar de um corte. Alguns meteoritos são conhecidos unicamente na forma de fragmentos.
As fatias ou lâminas são vendidas sob a forma de fatias completas ou parciais. As fatias completas constituem uma seção inteira do meteorito original; seus bordos apresentam a superfície exterior do meteorito. Uma fatia bem preparada tem, em geral de 5 a 7 milímetros de espessura uniforme com pelo menos uma superfície polida. O polimento tem a finalidade de mostrar com detalhes o interior de sua estrutura. As fatias parciais como o próprio nome sugere parte de uma fatia completa. As fatias são a forma mais comum adquiridas pelos colecionadores, pois são menos caras que uma amostra completa e mostram os detalhes da côndrulas, breceias ou figuras de Widmanstätten nas várias classificações de meteoritos. Entre as fatias, existe uma especial, end piece, que apresenta em um dos seus bordos a crosta ou seja, a superfície exterior do meteorito. As end pieces têm a vantagem de mostrar detalhes do interior e do exterior do meteorito.
Quanto só uma pequena quantidade de um meteorito muito raro é encontrado, o preço de uma amostra se torna inacessível aos colecionadores e aos pesquisadores. De fato, uma amostra de 50 a 100 gramas destes meteoritos pode variar de 400 a 600 dólares. Com o objetivo de contornar esta dificuldade, algumas empresas de meteoritos incluem em seus catálogos uma listagem de micro e macro amostras, que reúne mais de 400 diferentes tipos de meteoritos. Seu custo é determinado pela quantidade disponível e pelo grau de exigências na preparação. As micro e macro amostras são vendidas, respectivamente, em caixas de plástico de uma e duas polegadas de lado. Seu preço é de cerca de 12 dólares em média.
Em virtude da sua raridade, os meteoritos são vendidos em gramas. A escassez, a disponibilidade e o tamanho (e/ou dimensões) das amostras, assim como a importância e qualidade de sua apresentação podem afetar o preço. Os preços dos meteoritos ferrosos comuns variam de 0,50 a 2,00 dólares por grama. Os meteoritos pétreos, muito mais raros, são vendidos de 2,00 a10,00 dólares por grama para o material mais comum. Não é incomum (ou estranho ou insólito) que um material verdadeiramente escasso exceda a 1.000 dólares por grama. Na realidade, se considerarmos a sua raridade em comparação com os gramas de ouro e de diamante, verificamos que os meteoritos não são muito caros. De fato, a produção de ouro é muito superior e, no entanto, o preço do grama do ouro de cerca de 12 dólares, e, a maior parte dos diamantes, que não são em geral de primeira qualidade, custam de 25.000 a 30.000 dólares o grama.
Existem mais de 40 firmas no mundo que exploram o comércio de meteoritos. A mais famosa é dirigida por Robert A. Haag, o "homem meteorito", - proprietário da maior e mais diversificada coleção particular de rochas extraterrestres do mundo - vendeu mais de um milhão de dólares, excedendo todos os outros 40 vendedores de meteoritos. Ele possui mais de 3.500 clientes em todo o mundo. Só um empresário japonês no período de 1989-1990 adquiriu uma pequena seleção de meteoritos no valor de 700.000 dólares.
O povo pode adquirir meteoritos com uma forma de investimento, afirma Haag que, no entanto, acredita que estas pedras extraterrestres serão "sempre um elemento de fascinação".
Haag não é o primeiro grande caçador de meteoritos. Antes dele, o naturalista Harvay Harlow Nininger (1887-1986) perseguiu e comprou meteoritos. Além de conferências sobre os meteoritos, Nininger oferecia recompensas aos componeses e os povos das cidades pelos meteoritos encontrados. Assim, conseguiu reunir uma coleção de meteoritos incomparável: cerca de 1.300 meteoritos em 30 anos.
Em seus 15 anos de pesquisa, Haag já confrontou-se com bandidos no México, soldados na Espanha, elefantes machos na África, etc. Seu estilo de vida não foi bem aceito por sua esposa, Gail, da qual se divorciou em 1989. Uma das suas mais aventuras ocorreu na Nigéria, onde foi mal acolhido. Seu objetivo nesse país era obter um exemplar do meteorito marciano - Zagami - que caiu na Nigéria em 1962. Aliás, sua atividade como caçador de meteoritos não tem sido bem recebida pelos governos. Nos EUA, tentou localizar amostras nas proximidades de Meteor Crater, no Arizona, com um detector de metais. Sua atividade foi considerada "negócio ilícito". Sua reputação é péssima na Austrália Ocidental, onde procurou encontrar meteoritos na Planície de Nullarbor.
Para o governo australiano a exportação de meteorito é ilegal. Apesar dessa proibição, Haag trouxe deste país um meteorito lunar - único achado fora da Antártica e o único em mãos particulares -, encontrado em 1960, em Calcalong Creek, na Austrália Ocidental. Hoje o governo australiano exige que o meteorito de Calcalong, que saiu ilegalmente do país, seja devolvido.
Na Argentina, Haag foi preso, em janeiro de 1990, quando tentava levar de Buenos Aires o meteorito Chago, de 33 toneladas, - um dos maiores do mundo - para conduzi-lo a Nova Iorque. Haag realizou seu melhor negócio ao adquirir por 200 mil dólares, na Argentina, o meteorito Esquel, palasito de 571kg - o maior do seu tipo no mundo - que ele conserva em sua coleção particular. Se fosse vendê-lo seu valor seria de no mínimo 5 milhões de dólares, pois cada grama vale 10 dólares. "Foi o meu mais diabólico investimento realizado" afirma Haag.
Uma das grandes obsessões de Haag é encontrar uma amostra de nakhlito - um basalto da superfície de Marte, encontrado em 1911 em Nakhla, no Egito. Existem dois outros nakhlitos: um encontrado em Lafayette, Indiana, EUA, em 1931 e outro achado em Governador Valadares, Brasil, em 1958. Do exemplar brasileiro não existe nenhuma amostra no Brasil: a maior parte encontra-se na Italia e uma pequena amostra no Museu Britânico.
Além da raridade, a forma de um meteorito pode afetar o seu preço. Existem várias modalidades de amostra: completas, parciais, fragmentos e pequenas fatias (sices - vocábulo inglês usado nos catálogos de venda de meteoritos). Uma amostra completa é um meteorito que permaneceu como foi encontrado. Ele pode apresentar uma extensa área da crosta de fusão primária, parte da crosta de fusão secundária e linhas de ablação. Sua forma aerodinâmica resulta da ablação que sofreu ao atravessar a atmosfera. Os meteoritos completos são os mais desejados embora sejam os mais difíceis de encontrar.
Amostra parcial é uma porção significativa de um meteorito; em geral, tem uma superfície cortada e polida, ou superficie quebrada que pode ou não apresentar uma crosta de fusão secundária. Os fragmentos são peças de um meteorito que foram expelidas violentamente da massa principal, durante sua passagem pela atmosfera, em virtude da diferença de temperatura entre a superfície incandescente e o zero absoluto reinante em seu interior. Se o meteorito rompe antes de concluir sua travessia pela atmosfera existe um tempo para que uma crosta secundária de fusão se forme dando origem a uma nova amostra completa. Os fragmentos podem também resultar de um corte. Alguns meteoritos são conhecidos unicamente na forma de fragmentos.
As fatias ou lâminas são vendidas sob a forma de fatias completas ou parciais. As fatias completas constituem uma seção inteira do meteorito original; seus bordos apresentam a superfície exterior do meteorito. Uma fatia bem preparada tem, em geral de 5 a 7 milímetros de espessura uniforme com pelo menos uma superfície polida. O polimento tem a finalidade de mostrar com detalhes o interior de sua estrutura. As fatias parciais como o próprio nome sugere parte de uma fatia completa. As fatias são a forma mais comum adquiridas pelos colecionadores, pois são menos caras que uma amostra completa e mostram os detalhes da côndrulas, breceias ou figuras de Widmanstätten nas várias classificações de meteoritos. Entre as fatias, existe uma especial, end piece, que apresenta em um dos seus bordos a crosta ou seja, a superfície exterior do meteorito. As end pieces têm a vantagem de mostrar detalhes do interior e do exterior do meteorito.
Quanto só uma pequena quantidade de um meteorito muito raro é encontrado, o preço de uma amostra se torna inacessível aos colecionadores e aos pesquisadores. De fato, uma amostra de 50 a 100 gramas destes meteoritos pode variar de 400 a 600 dólares. Com o objetivo de contornar esta dificuldade, algumas empresas de meteoritos incluem em seus catálogos uma listagem de micro e macro amostras, que reúne mais de 400 diferentes tipos de meteoritos. Seu custo é determinado pela quantidade disponível e pelo grau de exigências na preparação. As micro e macro amostras são vendidas, respectivamente, em caixas de plástico de uma e duas polegadas de lado. Seu preço é de cerca de 12 dólares em média.
Em virtude da sua raridade, os meteoritos são vendidos em gramas. A escassez, a disponibilidade e o tamanho (e/ou dimensões) das amostras, assim como a importância e qualidade de sua apresentação podem afetar o preço. Os preços dos meteoritos ferrosos comuns variam de 0,50 a 2,00 dólares por grama. Os meteoritos pétreos, muito mais raros, são vendidos de 2,00 a10,00 dólares por grama para o material mais comum. Não é incomum (ou estranho ou insólito) que um material verdadeiramente escasso exceda a 1.000 dólares por grama. Na realidade, se considerarmos a sua raridade em comparação com os gramas de ouro e de diamante, verificamos que os meteoritos não são muito caros. De fato, a produção de ouro é muito superior e, no entanto, o preço do grama do ouro de cerca de 12 dólares, e, a maior parte dos diamantes, que não são em geral de primeira qualidade, custam de 25.000 a 30.000 dólares o grama.
Existem mais de 40 firmas no mundo que exploram o comércio de meteoritos. A mais famosa é dirigida por Robert A. Haag, o "homem meteorito", - proprietário da maior e mais diversificada coleção particular de rochas extraterrestres do mundo - vendeu mais de um milhão de dólares, excedendo todos os outros 40 vendedores de meteoritos. Ele possui mais de 3.500 clientes em todo o mundo. Só um empresário japonês no período de 1989-1990 adquiriu uma pequena seleção de meteoritos no valor de 700.000 dólares.
O povo pode adquirir meteoritos com uma forma de investimento, afirma Haag que, no entanto, acredita que estas pedras extraterrestres serão "sempre um elemento de fascinação".
Haag não é o primeiro grande caçador de meteoritos. Antes dele, o naturalista Harvay Harlow Nininger (1887-1986) perseguiu e comprou meteoritos. Além de conferências sobre os meteoritos, Nininger oferecia recompensas aos componeses e os povos das cidades pelos meteoritos encontrados. Assim, conseguiu reunir uma coleção de meteoritos incomparável: cerca de 1.300 meteoritos em 30 anos.
Em seus 15 anos de pesquisa, Haag já confrontou-se com bandidos no México, soldados na Espanha, elefantes machos na África, etc. Seu estilo de vida não foi bem aceito por sua esposa, Gail, da qual se divorciou em 1989. Uma das suas mais aventuras ocorreu na Nigéria, onde foi mal acolhido. Seu objetivo nesse país era obter um exemplar do meteorito marciano - Zagami - que caiu na Nigéria em 1962. Aliás, sua atividade como caçador de meteoritos não tem sido bem recebida pelos governos. Nos EUA, tentou localizar amostras nas proximidades de Meteor Crater, no Arizona, com um detector de metais. Sua atividade foi considerada "negócio ilícito". Sua reputação é péssima na Austrália Ocidental, onde procurou encontrar meteoritos na Planície de Nullarbor.
Para o governo australiano a exportação de meteorito é ilegal. Apesar dessa proibição, Haag trouxe deste país um meteorito lunar - único achado fora da Antártica e o único em mãos particulares -, encontrado em 1960, em Calcalong Creek, na Austrália Ocidental. Hoje o governo australiano exige que o meteorito de Calcalong, que saiu ilegalmente do país, seja devolvido.
Na Argentina, Haag foi preso, em janeiro de 1990, quando tentava levar de Buenos Aires o meteorito Chago, de 33 toneladas, - um dos maiores do mundo - para conduzi-lo a Nova Iorque. Haag realizou seu melhor negócio ao adquirir por 200 mil dólares, na Argentina, o meteorito Esquel, palasito de 571kg - o maior do seu tipo no mundo - que ele conserva em sua coleção particular. Se fosse vendê-lo seu valor seria de no mínimo 5 milhões de dólares, pois cada grama vale 10 dólares. "Foi o meu mais diabólico investimento realizado" afirma Haag.
Uma das grandes obsessões de Haag é encontrar uma amostra de nakhlito - um basalto da superfície de Marte, encontrado em 1911 em Nakhla, no Egito. Existem dois outros nakhlitos: um encontrado em Lafayette, Indiana, EUA, em 1931 e outro achado em Governador Valadares, Brasil, em 1958. Do exemplar brasileiro não existe nenhuma amostra no Brasil: a maior parte encontra-se na Italia e uma pequena amostra no Museu Britânico.
O roubo do meteorito Angra
Em junho de 1997, a astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto (do Museu Nacional do Rio de Janeiro), impediu que os norte-americanos Ronald Edward Farrell e Frederick Marselli deixassem o país levando na bagagem o METEORITO ANGRA (foto), que eles tinham acabado de furtar do Museu Nacional (RJ). Ronald Farrell e Frederick Marselli já estavam no aeroporto, prontos para embarcar para os Estados Unidos.
O meteorito Angra possui uma massa de 66 gramas e está avaliado em US$ 700,000.00.
O meteorito Angra possui uma massa de 66 gramas e está avaliado em US$ 700,000.00.
Glossário:
Ablação - Se refere ao material superficial que é perdido por um meteoroide devido ao aquecimento produzido pela fricção ao atravessar a atmosfera, e/ou ao material perdido por ação de processos físicos/químicos que ocorrem na superfície terrestre.
Acreção - Processo pelo qual partículas se juntam para formar corpos de tamanhos maiores. Na nebulosa solar, por exemplo, os cóndrulos se formaram por areção de grãos de pó, e os planetas por areção de planetésimos.
Acondrito - Meteorito rochoso procedente de um corpo planetário no qual há distinta separação de materiais . Como a diferenciação é um processo ígneo, produz rochas ígneas ou também brechas de rochas ígneas.
Asteróide - Fragmento de planetesimais (ou talvez agregado de fragmentos). A maioria dis asteróides orbitam ao redor do sol em uma região entre Marte e Júpiter, no chamado Cinturão de Asteróides. Também existem muitos outros que apresentam órbitas diferentes que cruzam a órbita da Terra, os chamados NEA (Near Earth Asteroids), ou NEO, que significa "asteroides (ou objetos) próximos da Tierra".
Bólido (fireball) - Meteoro muito brillante.
Esfera de fusão por impacto (impact melt spherule) - Esfera vítrea de rocha fundida por choque e expulsa da cratera. A maior parte se esfria e solidifica rapidamente na atmosfera terrestre, porém, algumas seguem fundindo ao se chocar contra o solo ou a água, e se fragmentam em forma de pequenas partículas de vidro.
Brecha - Rocha composta por abundantes grafmentos angulosos, heterogêneos ou de composição química similar.
Caída (fall) - Meteorito encontrado depois de se haver observado sua queda (caida). Como só se passou pouco tempo após sua chegada ao solo até ser recolhida, podem estar pouco alteradas pela meteorização e outros processos degradativos que acontecem na superfície terrestre.
Campo de dispersão (strewn field) - Zona extensa na qual se encontram bolinhas de fusão ou tectitas.
Cometa - Corpo gelado e rochoso que gira ao redor do Sol. Contém substâncias voláteis (hidrogênio por exemplo) que não são encontrados nos meteoritos, e que quando chega a se aproximar do Sol apresenta coma e algumas vezes uma ou duas caudas, sendo uma de poeira e outra de gás.
Condrito - Meteorito constituido de condrulos e outros componentes produzidos na nebulosa solar.
Condrito carbonáceo - Um tipo primitivo de condrito que apresenta patentes os processos da nebulosa solar.
Condrito ordinário (ordinary chondrite) - A maior parte dos meteoritos que caem na Terra são desse tipo. alguns, de tipi primitivo, permitem estudar os processos, enquanto que outros sofreram certo grau de metamosfismo em um corpo planetário.
Cratera - Depressão em forma de círculo. A superfície dos planetas apresentam crateras vulcânicas e de impacto. Geralmente, aparesentam diferenças suficientes para permitir determinar sua origem.
Cristalina - Diz-se das rochas compostas por cristais, não vítreos. Quando uma massa de rocha fundida se resfria e se funde muito rapidamente tendem a formar vidro (como a obsidiana), porém, quando há um lento esfriamento, crescem cristais de distintos minerais.
Choque (shock) - Presão anormalmente alta e de curta duração produzida devido a um impacto. Pode chegar a fragmentar, fundir e inclusive vaporizar as rochas.
Diferenciado - Diz-se de um corpo (parcialmente) fundido em que seus componentes foram separado em duas ou mais fases e apresentam composição diferente. Na Terra, o núcleo de ferro e níquel do manto de silicatos foram separados por diferenciação.
Enstatita - Um tipo primitivo de condrito em que o mineral predominante é o silicato enstatita.
Ejeção (ejetado) - Material expulso de uma cratera durante um impacto.
Descobrimento (encontrado) - Meteorito recuperado certo tempo após sua caída, que não foi presenciada. A maioria dos descobrimentos procedem da Antártica.
Impacto - Choque entre dois corpos planetarios. Quando um é de tamanho muito menor que o outro (como é o caso de colisão de um meteoroide com a Terra), se pode produzir uma cratera no corpo maior.
Lava - Rocha fundida que irrompe pela superfície de um planeta e que pode fluir devido a sua elevada temperatura.
Magma - Rocha fluida, muito quente. O termo tem significado mais amplo que o de ''lava''. Se aplica a todas as rochas fundidas que se encontram na superfície como no interior de um planeta. O magma pode conter minerais cristalizados em suspensão.
Mesosiderito - Meteorito misto de metal e rocha, que contém cristais de silicatos e porções de ferro e níquel. são brechas metamórficas, enquanto que os palasitas, outro tipo de meteorito misto de metal e rocha, são rochas ígneas.
Meteorito - Fragmento de um corpo planetário que cai sobre outro corpo planetário. No caso da Terra, os meteoritos querem sobreviverem a ablação da atmosférica.
Meteoro - Luz brillante que se produz quando um meteoroide atravessa a atmosfera e sofre oblação por atrito. Os meteoros grandes e brilhantes são chamados de bólidos (fireball - bola de fogo).
Meteoroide - Objeto natural de pequeno tamanho (menor que um quilômetro) cuja órbita ao redor do Sol pode levá-lo a se chocar com outros corpos planetários . O termo "meteoroide" se aplica só ao núcleo rochoso de um meteoro, uma vez que o "meteorito" é aplicado somente aos objetos que chegam a tocar o solo.
Micrometeorito - Pequena partícula procedente de um objeto planetário (asteróide, cometa, planeta...) que chega a outro corpo planetário . Seu tamanho varia entre um micron e um milímetro. quase todos que penetram na atmosfera da Terra se fundem e volatilizam, porém em outros corpos planetários que não tem atmosfera e/ou que são muito tênues, como na Lua, a maioria sobrevive.
Nódulo - Fragmento rochoso aproximadamente esférico incluído em uma matriz de composição diferente.
Palasita (pallasite) - Meteorito misto de metal e rocha com nódulos de olivina (um silicato) rodeados por uma matriz metálica de ferro ou níquel.
Planetésimo (planetesimal) - Objeto rochoso, gelado, ou ambas as coisas, formado na nebulosa solar, com diâmetro de vários quilômetros em tamanho.
Rocha ígnea - rocha formada por esfriamento de um magma.
Rochas metamórfica - Rocha que foi cristalizada ao ser esquentada e comprimida, mas sem chegar a se fundir.
Silicato - Componente das rochas que contém silício, oxigênio e outros elementos. As rochas da superfície terrestre (areniscas, granitos, riolitas e basaltos) são compostas por silicatos. Os metais, ao contrário, se separaram dos silicatos durante a diferenciação planetária, e por isso é tão baixo seu conteúdo de silicato e quase sem oxigênio.
Tectita (tektite) - Gota de roca fundida expulsada de uma cratera de impacto e vitrificada ao resfriar-se rapidamente.
Acreção - Processo pelo qual partículas se juntam para formar corpos de tamanhos maiores. Na nebulosa solar, por exemplo, os cóndrulos se formaram por areção de grãos de pó, e os planetas por areção de planetésimos.
Acondrito - Meteorito rochoso procedente de um corpo planetário no qual há distinta separação de materiais . Como a diferenciação é um processo ígneo, produz rochas ígneas ou também brechas de rochas ígneas.
Asteróide - Fragmento de planetesimais (ou talvez agregado de fragmentos). A maioria dis asteróides orbitam ao redor do sol em uma região entre Marte e Júpiter, no chamado Cinturão de Asteróides. Também existem muitos outros que apresentam órbitas diferentes que cruzam a órbita da Terra, os chamados NEA (Near Earth Asteroids), ou NEO, que significa "asteroides (ou objetos) próximos da Tierra".
Bólido (fireball) - Meteoro muito brillante.
Esfera de fusão por impacto (impact melt spherule) - Esfera vítrea de rocha fundida por choque e expulsa da cratera. A maior parte se esfria e solidifica rapidamente na atmosfera terrestre, porém, algumas seguem fundindo ao se chocar contra o solo ou a água, e se fragmentam em forma de pequenas partículas de vidro.
Brecha - Rocha composta por abundantes grafmentos angulosos, heterogêneos ou de composição química similar.
Caída (fall) - Meteorito encontrado depois de se haver observado sua queda (caida). Como só se passou pouco tempo após sua chegada ao solo até ser recolhida, podem estar pouco alteradas pela meteorização e outros processos degradativos que acontecem na superfície terrestre.
Campo de dispersão (strewn field) - Zona extensa na qual se encontram bolinhas de fusão ou tectitas.
Cometa - Corpo gelado e rochoso que gira ao redor do Sol. Contém substâncias voláteis (hidrogênio por exemplo) que não são encontrados nos meteoritos, e que quando chega a se aproximar do Sol apresenta coma e algumas vezes uma ou duas caudas, sendo uma de poeira e outra de gás.
Condrito - Meteorito constituido de condrulos e outros componentes produzidos na nebulosa solar.
Condrito carbonáceo - Um tipo primitivo de condrito que apresenta patentes os processos da nebulosa solar.
Condrito ordinário (ordinary chondrite) - A maior parte dos meteoritos que caem na Terra são desse tipo. alguns, de tipi primitivo, permitem estudar os processos, enquanto que outros sofreram certo grau de metamosfismo em um corpo planetário.
Cratera - Depressão em forma de círculo. A superfície dos planetas apresentam crateras vulcânicas e de impacto. Geralmente, aparesentam diferenças suficientes para permitir determinar sua origem.
Cristalina - Diz-se das rochas compostas por cristais, não vítreos. Quando uma massa de rocha fundida se resfria e se funde muito rapidamente tendem a formar vidro (como a obsidiana), porém, quando há um lento esfriamento, crescem cristais de distintos minerais.
Choque (shock) - Presão anormalmente alta e de curta duração produzida devido a um impacto. Pode chegar a fragmentar, fundir e inclusive vaporizar as rochas.
Diferenciado - Diz-se de um corpo (parcialmente) fundido em que seus componentes foram separado em duas ou mais fases e apresentam composição diferente. Na Terra, o núcleo de ferro e níquel do manto de silicatos foram separados por diferenciação.
Enstatita - Um tipo primitivo de condrito em que o mineral predominante é o silicato enstatita.
Ejeção (ejetado) - Material expulso de uma cratera durante um impacto.
Descobrimento (encontrado) - Meteorito recuperado certo tempo após sua caída, que não foi presenciada. A maioria dos descobrimentos procedem da Antártica.
Impacto - Choque entre dois corpos planetarios. Quando um é de tamanho muito menor que o outro (como é o caso de colisão de um meteoroide com a Terra), se pode produzir uma cratera no corpo maior.
Lava - Rocha fundida que irrompe pela superfície de um planeta e que pode fluir devido a sua elevada temperatura.
Magma - Rocha fluida, muito quente. O termo tem significado mais amplo que o de ''lava''. Se aplica a todas as rochas fundidas que se encontram na superfície como no interior de um planeta. O magma pode conter minerais cristalizados em suspensão.
Mesosiderito - Meteorito misto de metal e rocha, que contém cristais de silicatos e porções de ferro e níquel. são brechas metamórficas, enquanto que os palasitas, outro tipo de meteorito misto de metal e rocha, são rochas ígneas.
Meteorito - Fragmento de um corpo planetário que cai sobre outro corpo planetário. No caso da Terra, os meteoritos querem sobreviverem a ablação da atmosférica.
Meteoro - Luz brillante que se produz quando um meteoroide atravessa a atmosfera e sofre oblação por atrito. Os meteoros grandes e brilhantes são chamados de bólidos (fireball - bola de fogo).
Meteoroide - Objeto natural de pequeno tamanho (menor que um quilômetro) cuja órbita ao redor do Sol pode levá-lo a se chocar com outros corpos planetários . O termo "meteoroide" se aplica só ao núcleo rochoso de um meteoro, uma vez que o "meteorito" é aplicado somente aos objetos que chegam a tocar o solo.
Micrometeorito - Pequena partícula procedente de um objeto planetário (asteróide, cometa, planeta...) que chega a outro corpo planetário . Seu tamanho varia entre um micron e um milímetro. quase todos que penetram na atmosfera da Terra se fundem e volatilizam, porém em outros corpos planetários que não tem atmosfera e/ou que são muito tênues, como na Lua, a maioria sobrevive.
Nódulo - Fragmento rochoso aproximadamente esférico incluído em uma matriz de composição diferente.
Palasita (pallasite) - Meteorito misto de metal e rocha com nódulos de olivina (um silicato) rodeados por uma matriz metálica de ferro ou níquel.
Planetésimo (planetesimal) - Objeto rochoso, gelado, ou ambas as coisas, formado na nebulosa solar, com diâmetro de vários quilômetros em tamanho.
Rocha ígnea - rocha formada por esfriamento de um magma.
Rochas metamórfica - Rocha que foi cristalizada ao ser esquentada e comprimida, mas sem chegar a se fundir.
Silicato - Componente das rochas que contém silício, oxigênio e outros elementos. As rochas da superfície terrestre (areniscas, granitos, riolitas e basaltos) são compostas por silicatos. Os metais, ao contrário, se separaram dos silicatos durante a diferenciação planetária, e por isso é tão baixo seu conteúdo de silicato e quase sem oxigênio.
Tectita (tektite) - Gota de roca fundida expulsada de uma cratera de impacto e vitrificada ao resfriar-se rapidamente.